Montar um projeto de curadoria da ancestralidade da minha família é uma jornada emocionante e enriquecedora. Uma forma de resgatar, valorizar e compartilhar os saberes, as histórias e as memórias dos meus antepassados.
Vou pesquisar sobre a minha origem familiar, étnica, cultural e geográfica, usando fontes como documentos, registros, fotos, entrevistas, árvores genealógicas, etc. Selecionar os materiais, objetos, imagens, sons, textos e narrativas que representam a minha ancestralidade e o que eu desejo expor ou compartilhar. Organizar os conteúdos para criar um sentido, uma narrativa, uma identidade e uma conexão com o público. Usar recursos como legendas, títulos, cronologias, mapas, gráficos, etc.
Vou trazer histórias da minha cidade natal, no interior de Minas Gerais, o Acampamento do Anjo, onde nasci, a Cidade Alta (Já teve), primeiro bairro da cidade, que tinha comércio, escola, cinema, armazém, mas tudo virou parte da indústria. Os bairros onde estudei, morei e onde passava as férias.
Devo escolher o formato, o espaço, o tempo e o público do meu projeto. Vamos produzir uma exposição física, híbrida e exposições virtuais, um livro sobre a história e os acontecimentos, um podcast com as melhores entrevistas, um site informativo e colaborativo, vídeos mostrando os locais e seus pontos turísticos e familiares. Definir os locais, a duração dos eventos, os horários e o perfil dos visitantes ou espectadores de todo o meu projeto.
Divulgar o meu projeto, usando estratégias de comunicação, marketing e redes sociais. Vou convidar familiares, pessoas próximas, grupos, instituições, mídias e parceiros que tenham interesse ou relação com o tema da sua ancestralidade.
Segundo a Mestre em Psicologia da Saúde, Gaby Oliveira, “ancestralidade é fonte de vida, sabedoria, identidade, pertencimento e criatividade, é o fio que tece passado, presente e futuro, formando uma teia de relações que conecta humanidades. É também a memória que transcende espaço e tempo para recriar futuros possíveis e saudáveis. ”
A história vai ser contada pelas mães, pais, filhos, filhas, netas e netos, explicando de onde vieram, quem eram seus ancestrais, fatos que teria ocorrido com cada um deles. A ancestralidade é a potência da coletividade, o tempo ancestral é experiência que os mais velhos exerceram sobre mim e meus irmãos, irmãs, primas, primos e colegas. Essa ancestralidade é a camada que nos torna o que somos e como enfrentamos nossa jornada na educação das gerações futuras, esse trabalho busca mostrar toda essa evolução e criar princípios morais que devemos perseguir e evoluir.
A organização, o coletivismo, a resistência, o respeito mútuo, a produção de conhecimento, o armazenamento do conhecimento, a divulgação da cultura, a reciprocidade, a autodeterminação, a resiliência, os cuidados com os filhos, filhas, sobrinhas, sobrinhos, netos, netas, com a comunidade, a maternidade, o fortalecimento mútuo, a autoconfiança e a espiritualidade são os valores que devem nos nutrir para conseguirmos alcançar o respeito e a evolução da família.
1. Propósito do Projeto:
Busco preservar a história da família para as gerações futuras. E compreender melhor minhas raízes culturais e históricas.
Meu objetivo é trazer de volta a valorização dos nossos antepassados e as formas de respeito, ética, educação, fraternidade, comunidade, integridade, amizade que aprendi com avô, avó, tios, tias, entre muitas outras pessoas que passaram na minha trajetória.
Trazer os caminhos percorridos pela minha família, as idas e voltas, o que foi construído por cada um.
Dentro deste objetivo, vou usar algumas conversas gravadas com as minhas irmãs pela minha mãe, fazer novas entrevistas com ela, com uma tia em Minas Gerais, com irmãos, irmãs, primos e primas, além de outros tios. Será um resgate da história da família.
Buscar formas de financiar o projeto junto aos participantes, familiares e patrocinadores.
2. Organize uma Equipe:
Se possível, envolva outros membros da família para contribuir. Cada pessoa pode trazer perspectivas únicas, conhecimentos e lembranças.
Vou convidar meus irmãos, irmãs, primos, primas, amigos de longa data que conviveram com meus pais e avós
Vou viajar até minha cidade natal para conversar com algumas pessoas da família e buscar informações em locais onde meu avô e minha avó atuaram.
3. Pesquisa Inicial:
Colete informações básicas sobre os membros mais antigos da família, como nomes, datas de nascimento e morte, locais de origem, profissões, etc.
Montar formulário de pesquisa e uma base de dados do projeto.
Vou recolher fotos, documentos e relatos para poder montar a cronologia e os fatos mais importantes que devem ser relatados.
4. Entrevistas e Relatos:
Conduza entrevistas com membros mais velhos da família para coletar relatos e histórias. Grave as conversas se possível.
Montar o roteiro da entrevista dos antepassados e definir as pessoas que serão entrevistadas.
Produzir algumas entrevistas com várias pessoas para melhorar os relatos trazendo novidades que não foram trabalhadas
Revisar as entrevistas
Retornar aos entrevistados o conteúdo que será reunido para publicação
5. Reúna Documentos Importantes:
Busque certidões de nascimento, casamento, óbito, fotos antigas, cartas, diários, árvores genealógicas, e qualquer outro documento relevante.
Relacionar e digitalizar os documentos e guardar com segurança os mesmos.
Montar uma base de conhecimento para ser usada pelos participantes da pesquisa.
6. Digitalize e Organize:
Digitalize documentos e fotos para preservação. Organize-os em categorias como "Gerações", "Eventos Importantes", etc.
Montar uma base histórica e uma linha do tempo
Organizar um site fechado para organizar a produção de eventos, exposição, livros, podcast entre outras iniciativas.
7. Crie uma Árvore Genealógica:
Utilize software de genealogia para criar uma árvore genealógica visual e interativa.
Escolher a ferramenta que possa ter uma versão de compartilhamento e edição de um grupo de pessoas
Criar e atualizar a árvore genealógica
8. Redação de Textos Descritivos:
Escreva textos descritivos sobre cada membro da família, destacando eventos significativos, personalidades marcantes e contribuições para a comunidade.
Recolher textos e pedir outros textos de parentes que lembrem de histórias dos nossos antepassados.
Publicar nos grupos internos os textos, com espaço para comentários e revisões.
9. Inclua Elementos Visuais:
Adicione fotos às histórias, criando uma narrativa visual. Considere criar colagens ou álbuns digitais.
Montar um grande álbum de fotos que mostra toda a cronologia da família
Apresentar o álbum para o público interno e selecionar os itens que serão tornados públicos.
10. Use Tecnologia Interativa:
Considere criar um site ou blog para hospedar o projeto, permitindo a fácil navegação e interação para os membros da família.
Montar um site que possa ser utilizado por toda a família para trocar mensagens.
Criar um espaço de troca de informações num chat online com a participação de todos que desejarem numa data específica
11. Eventos de Apresentação:
Planeje eventos de apresentação para compartilhar o projeto com a família, incentivando a participação e o compartilhamento de memórias.
Uma exposição para toda a família.
Agenda das apresentações presencias e on-line.
12. Preservação Contínua:
Estabeleça um sistema de atualização contínua para incorporar novas informações e eventos à medida que a família cresce e evolui.
Criar um evento anual que conte as atualizações da família.
Atualizar o site e criar uma função de atualização mensal do seu conteúdo
13. Compartilhamento Online:
Considere compartilhar partes do projeto em redes sociais ou plataformas de genealogia para conectar com outros parentes distantes.
Montar um espaço institucional do trabalho e uma parte somente do grupo familiar.
Criar uma estatística de acessos e participação das pessoas para conhecimento de todos.
14. Documentação do Processo:
Mantenha registros detalhados do processo de pesquisa, entrevistas e organização, para referência futura.
Criar uma base de conhecimento que as gerações futuras possam usar como um livro.
Abrir o acesso da base de conhecimento para o público interno
15. Avaliação e Reflexão:
Após a conclusão, avalie o projeto. O que aprendeu sobre a sua família? Como o projeto pode ser aprimorado no futuro?
Apresentar a todos os resultados da avaliação e futuras atualizações com as correções e pedidos
Esse projeto deve se manter em constante evolução e vou deixar o mesmo como parte do meu testamento para os meus filhos, filha e neta. Sejam todos pacientes e apreciem cada descoberta ao longo do caminho.